Você sabe o que é o “transtorno de acumulação de
animais”?
Da R@dio Brum, por:
Joana Nunes (B34);
Gabrielly Oliveira Pinto (C13);
Bianca Moreira (B34);
Samyra de Freitas (B31).
Dia 3 de
julho A R@dioBrum entrevistou a Promotora de Justiça Annelise Monteiro
Steigleider, da Promotoria de Justiça e Meio Ambiente , a Professora Tatiana
Irigaray, da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUC-RS) e Fabiane Borba Tomazi, diretora jurídica da SEDA
(Secretaria Especial do Direitos Animais). Elas vieram fazer uma visita ao seu
João, vizinho da EMEF Ver.Carlos Pessoa de Brum e muito conhecido na comunidade
por cuidar de uma grande quantidade de cachorros em sua casa.
acumulação de animais ou cuidado com os animais? |
A visita à residência do seu João
tinha como objetivo a busca de informações para traçar um perfil psicológico
dos acumuladores de animais, como nos informou a Promotora Annelise
Steigleider. Segundo a Prof. Tatiana Irigaray, o transtorno de acumulação de
animais é uma doença psicológica que foi reconhecida apenas o ano passado e por
isso este trabalho é tão importante, uma vez que as causas deste distúrbio
ainda são muito pouco conhecidas.
Nem sempre as condições de vida dos bichos são adequadas |
A Diretora Jurídica da SEDA,
Fabiana Tomazi, informou que a secretaria já identificou mais de setenta
acumuladores de animais em nossa cidade. Embora muitas das pessoas que acumulam
animais já tenham recebido auxílio da SEDA e de outras instituições, como ração
e cuidados veterinários para os animais, a situação é muito complicada, pois,
em geral, os “acumuladores de animais” não param de juntar mais bichos. “Daí a
importância desta parceria entre a SEDA, a PUC e o Ministério Público, pois o
estudo sobre o perfil dos acumuladores servirá de base para se traçar
estratégias de ação que possibilitem uma vida mais saudável para as pessoas que
sofrem deste distúrbio e também para os animais, os quais muitas vezes se
encontram em condições muito precárias”, disse Fabiana Tomazi. A Prof. Tatiana
Irigaray comentou que este é um estudo pioneiro e que no Brasil não existe,
ainda, nenhuma literatura a respeito.
também os humanos, cuidadores, acabam vivendo em condições precárias. |
Segundo a Promotora Annelise
Steigleider existem acumuladores em todas as classes sociais: “mesmo em bairros
nobres da cidade existem acumuladores, o problema é que, muitas vezes, por
terem melhores condições financeiras, o transtorno passa desapercebido, já que
nem os animais e nem as pessoas acabam vivendo em condições muito precárias”,
disse Annelise. “As pessoas que vivem em
situação de maior vulnerabilidade apresentam uma condição mais delicada, pois
acabam gastando tudo o que ganham no sustento dos animais e por isso passam
maiores necessidades”, completou a Promotora.
A Prof. Tatiana Irigaray informou
que o que caracteriza o transtorno de acumulação de animais não é o número de
bichos que uma pessoa têm, mas sim as condições em que os animais. “Os
acumuladores não conseguem prover o mínimo em condições de higiene e de saúde
animal, então, ele e os animais vivem em uma condição precária”, disse a
professora.
E você, conhece algum caso de
acumulador de animais?
Dê sua opinião sobre esta
questão. Vamos iniciar este debate.